sábado, 12 de abril de 2008

Dengue - Saiba como se prevenir...




O que é dengue


É uma doença infecciosa aguda de curta duração, de gravidade variável, causada por um arbovírus, do gênero Flavivírus (sorotipos: 1,2,3 e 4). No Brasil, circulam os tipos 1, 2 e 3. O vírus 3 está presente desde dezembro de 2000 e foi isolado em janeiro de 2001, no Rio de Janeiro.A dengue é transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti infectado mas também pelo Aedes albopictus. Esses mosquitos picam durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que pica durante a noite.O Aedes aegypti é principalmente encontrado em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil, pois as condições do meio ambiente favorecem seu o desenvolvimento e proliferação.As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos. A dengue está se expandindo rapidamente, e a grande preocupação é que nos próximos anos a transmissão aumente por todas as áreas tropicais do mundo se medidas eficientes não forem tomadas para a contenção das epidemias.


Modo de transmissão


A transmissão se dá pela picada do mosquito Aedes aegypti que ficou infectado porque picou uma pessoa doente. Esse mosquito infectado, picando uma pessoa sadia, passa o vírus da dengue e esta pessoa fica doente. A doença só acomete a população humana.Os transmissores de dengue, principalmente o Aedes aegypti, proliferam-se dentro ou nas proximidades de habitações (casas, apartamentos, hotéis etc.) em qualquer coleção de água limpa (caixas d'água, cisternas, latas, pneus, cacos de vidro, vasos de plantas). As bromélias, que acumulam água na parte central (aquário), também podem servir como criadouros. A transmissão da dengue é mais comum em cidades. Também pode ocorrer em áreas rurais, mas é incomum em locais com altitudes superiores a 1200 metros.Não há transmissão pelo contato direto de uma pessoa doente para uma pessoa sadia. Também não há transmissão pela água, por alimentos ou por quaisquer objetos. A dengue também não é transmitida de um mosquito para outro. Quem pica é a fêmea e o faz para sugar o sangue. Os mosquitos acasalam 1 ou 2 dias após tornarem-se adultos. A partir daí, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que fornece as proteínas necessárias para o desenvolvimentos dos ovos. As fêmeas têm preferência pelo sangue humano. Elas atacam vorazmente. São ativas durante o dia, podendo picar várias pessoas diferentes, o que explica a rápida explosão das epidemias de dengue.


Locais onde ocorre a doença


No Brasil, a erradicação do Aedes aegypti na década de 30, levada a cabo para o controle da febre amarela, fez desaparecer também a dengue. No entanto, em 1981 a doença voltou a atingir a Região Norte (Boa Vista, Roraima). No Rio de Janeiro (Região Sudeste) ocorreram duas grandes epidemias. A primeira em 1986-87, com cerca de 90 mil casos, e segunda em 1990-91, com aproximadamente 100 mil casos confirmados. A partir de 1995, a dengue passou a ser registrada em todas as regiões do país e, em 1998, o número de casos chegou a 570.148. Em 1999 houve uma redução (210 mil casos), seguida de elevação progressiva em 2000 (240 mil casos) e em 2001 (370 mil casos). Nesse último ano, a maioria dos casos (149.207) ocorreu na região Nordeste.No Estado de São Paulo, em 1990, começa uma grande epidemia na região de Ribeirão Preto, que se disseminou para outras regiões. Em 1995, já haviam 14 municípios envolvidos com a transmissão da dengue.As primeiras prováveis epidemias de dengue datam do final do século XVIII. Nesta época, a doença era conhecida como "febre quebra-ossos" devido às fortes dores que causava nas juntas. Já durante os séculos XIX e XX, foram registradas diversas epidemias ao redor do mundo atribuídas à dengue:- Zazibar (1823; 1870),- Calcutá (1824; 1853; 1871; 1905),- Antilhas(1827),- Hong Kong(1901),- Estados Unidos (1922),- Austrália (1925-26; 1942),- Grécia (1927-28),- Japão (1942-45).Na década de 50, foi reconhecida e descrita pela primeira vez uma grave manifestação clínica associada à dengue, a febre ou dengue hemorrágica. Não se sabe bem porque, mas a dengue hemorrágica se comportou como uma doença relativamente rara antes da década de 50. Isso pode ter acontecido devido aos fatores de ordem social, como a intensa urbanização e maior intercâmbio entre as diferentes regiões do planeta, que podem ter contribuído para o aumento da incidência da dengue de maneira geral possibilitando o aparecimento de grandes contingentes populacionais com experiências imunológicas com a dengue, fazendo com que assim existisse o risco da dengue hemorrágica.O Estado de São Paulo registrou a ocorrência de 78.614 casos autóctones (adquiridos no próprio Estado) de dengue, em 358 municípios, entre janeiro e outubro de 2007, com considerável expansão da doença para novas áreas. Durante todo o ano de 2006 foram registrados 50.021 casos em 254 municípios. Atualmente, temos 508 municípios infestados com o Aedes aegypti, excluindo-se apenas alguns municípios do Vale do Ribeira e do Paraíba e das Regiões Metropolitanas de São Paulo e de Campinas.O único modo possível de evitar a introdução de um novo tipo do vírus da dengue é a eliminação dos transmissores. O Aedes aegypti também pode transmitir a febre amarela.


Sintomas


A dengue clássica é usualmente benigna. A infecção causada por qualquer um dos quatro tipos (1, 2, 3 e 4) do vírus da dengue produz as mesmas manifestações. A determinação do tipo do vírus da dengue que causou a infecção é irrelevante para o tratamento da pessoa doente. A dengue é uma doença que, na grande maioria dos casos (mais de 95%), causa desconforto e transtornos, mas não coloca em risco a vida das pessoas. Inicia-se com febre alta, podendo apresentar cefaléia (dor de cabeça), prostração, mialgia (dor muscular, dor retro-orbitária - dor ao redor dos olhos), náusea, vômito, dor abdominal. É freqüente que, 3 a 4 dias após o início da febre, ocorram manchas vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou rubéola, e prurido ("coceira"). Também é comum que ocorram pequenos sangramentos (nariz, gengivas).A maioria das pessoas, após quatro ou cinco dias, começa e melhorar e recupera-se por completo, gradativamente, em cerca de dez dias.Em alguns casos (a minoria), nos três primeiros dias depois que a febre começa a ceder, pode ocorrer diminuição acentuada da pressão sangüínea. Esta queda da pressão caracteriza a forma mais grave da doença, chamada de dengue "hemorrágica". Este nome pode fazer com que se pense que sempre ocorrem sangramentos, o que não é verdadeiro. A gravidade está relacionada, principalmente, à diminuição da pressão sangüínea, que deve ser tratada rapidamente, uma vez que pode levar ao óbito. A dengue grave pode acontecer mesmo em quem tem a doença pela primeira vez.O doente se recupera, geralmente sem nenhum tipo de problema. Além disso, fica imunizado contra o tipo de vírus (1, 2, 3 ou 4) que causou a doença. No entanto, pode adoecer novamente com os outros tipos de vírus da dengue. Em outras palavras, se a infecção foi com o tipo 2, a pessoa pode ter novamente a dengue causado pelos vírus dos tipos 1, 3 ou 4. Em uma segunda infecção, o risco da forma grave é maior, mas não é obrigatório que aconteça.Existem diferentes teorias para explicar o surgimento da dengue hemorrágica. Alguns afirmam que ela passa a ter alta incidência em uma população já anteriormente exposta a um outro tipo de vírus da dengue. Seria a exposição seqüencial a um segundo diferente tipo de vírus, que causaria a dengue do tipo hemorrágica. Para outros, a dengue hemorrágica dependeria da maior virulência de determinadas cepas do vírus, isto é, existiriam formas virais mais agressivas do que outras. Uma última explicação seria que as formas hemorrágicas da dengue estariam mais associadas ao tipo 2 do vírus.


O mosquito


O Aedes aegypti pertence à família Culicidae, a qual apresenta duas fases ecológicas interdependentes: a aquática, que inclui três etapas de desenvolvimento - ovo, larva e pupa -, e a terrestre, que corresponde ao mosquito adulto.A duração do ciclo de vida, em condições favoráveis, é de aproximadamente 10 dias, a partir da oviposição até a idade adulta. Diversos fatores influem na duração desse período, entre eles a temperatura e a oferta de alimentos.Detalhes do ciclo de vida


OVO: Os ovos são depositados pela fêmeas acima de meio líquido à superfície da água, ficando aderidos à parede interna dos recipientes. Após a postura tem início o período de incubação, que em condições favoráveis dura 2 a 3 dias, quando estarão prontos para eclodir. A resistência à dessecação aumenta conforme os ovos ficam mais velhos, ou seja, a resistência aumenta quanto mais próximos estiverem do final de desenvolvimento embrionário. Este completo, eles podem se manter viáveis por 6 a 8 meses. A fase de ovo é a de maior resistência de seu biociclo.


LARVA: As larvas são providas de grande mobilidade e têm como função primária o crescimento. Passam a maior pare do tempo alimentando-se de substâncias orgânicas, bactérias, fungos e protozoários existentes na água. Não selecionam alimentos, o que facilita a ação dos larvicidas, bem como não toleram elevadas concentrações de matéria orgânica na água. A duração da fase larval, em condições favoráveis de temperatura (25 a 29º C) e de boa oferta de alimentos, é de 5 a 10 dias, podendo se prolongar por algumas semanas em ambiente adequado.


PUPA: A pupa não se alimenta, apenas respira e é dotada de boa mobilidade. Raramente é afetada por ação de larvicida. A duração da fase pupal, em condições favoráveis de temperatura é de 2 dias em média.


ADULTO: Macho e fêmea alimentam-se de néctar e sucos vegetais, sendo que a fêmea depois do acasalamento, necessita de sangue para a maturação dos ovos. Há uma relação direta, nos países tropicais, entre as chuvas e o aumento do número de vetores. A temperatura influi na transmissão da dengue. Raramente ocorre transmissão da dengue em temperaturas abaixo de 16º C. A transmissão ocorre preferencialmente em temperaturas superiores a 20º C. A temperatura ideal para a proliferação do Aedes aegypti estaria em torno de 30 a 32 ºC.


Medidas gerais de prevenção


O melhor método para se combater a dengue é evitando a procriação do mosquito Aedes aegypti, que é feita em ambientes úmidos em água parada, seja ela limpa ou suja.A fêmea do mosquito deposita os ovos na parede de recipientes (caixas d'água, latas, pneus, cacos de vidro etc.) que contenham água mais ou menos limpa e esses ovos não morrem mesmo que o recipiente fique seco. Não adianta, portanto, apenas substituir a água, mesmo que isso seja feito com freqüência. Desses ovos surgem as larvas, que, depois de algum tempo vivendo na água, vão formar novos mosquitos adultos.O combate ao mosquito deve ser feito de duas maneiras: eliminando os mosquitos adultos e, principalmente, acabando com os criadouros de larvas. Para eliminação dos criadouros é importante que sejam adotadas as seguintes medidas:- Não se deve deixar objetos que possam acumular água expostos à chuva. Os recipientes de água devem ser cuidadosamente limpos e tampados. Não adianta apenas trocar a água, pois os ovos do mosquito ficam aderidos às paredes dos recipientes. Portanto, o que deve ser feito, em casa, escolas, creches e no trabalho, é:• substituir a água dos vasos das plantas por terra e esvaziar o prato coletor, lavando-o com auxílio de uma escova;• utilizar água tratada com água sanitária a 2,5% (40 gotas por litro de água) para regar bromélias, duas vezes por semana*. 40 gotas = 2ml;• não deixar acumular água nas calhas do telhado;• não deixar expostos à chuva pneus velhos ou objetos (latas, garrafas, cacos de vidro) que possam acumular água;• acondicionar o lixo domiciliar em sacos plásticos fechados ou latões com tampa;• tampar cuidadosamente caixas d'água, filtros, barris, tambores, cisternas etc.Para reduzir a população do mosquito adulto, é feita a aplicação de inseticida através do "fumacê", que deve ser empregado apenas quando está ocorrendo epidemias. O "fumacê" não acaba com os criadouros e precisa ser sempre repetido, o que é indesejável, para matar os mosquitos que vão se formando. Por isso, é importante eliminar os criadouros do mosquito transmissor. Além da dengue, se estará também evitando que a febre amarela, que não ocorre nas cidades brasileiras desde 1942, volte a ser transmitida.- Medidas eficazes em residências, escolas e locais de trabalho - Medidas Individuais de PrevençãoDevem ser adotadas medidas de proteção contra infecções transmitidas por insetos, que são as mesmas empregadas contra a febre amarela e a malária. É importante saber que, embora a transmissão dessas doenças possa ocorrer ao ar livre, o risco maior é no interior de habitações.Em locais de maior ocorrência dessas doenças, deve-se usar, sempre que possível, calças e camisas de manga comprida, e repelentes contra insetos à base de DEET nas roupas e no corpo, sempre observando a concentração máxima para crianças (10%) e adultos (30%). Pessoas que estiveram em uma área de risco para dengue e que apresentem febre, durante ou após a viagem, devem procurar um Serviço de Saúde.


Perguntas mais frequentes


1. O que é dengue?É uma virose transmitida por um tipo de mosquito (Aedes aegypti) que pica apenas durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que pica de noite. A infecção pode ser causada por qualquer um dos quatro tipos (1, 2, 3 e 4) do vírus da dengue, que produzem as mesmas manifestações. Em geral, o início é súbito com febre alta, dor de cabeça e muita dor no corpo. É comum a sensação de intenso cansaço, a falta de apetite e, por vezes, náuseas e vômitos. Podem aparecer manchas vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou da rubéola, e prurido (coceira) no corpo. Pode ocorrer, às vezes, algum tipo de sangramento (em geral no nariz ou nas gengivas). A dengue não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra.


2. O que uma pessoa deve fazer se achar que está com dengue?- Procurar um Serviço de Saúde logo no começo dos sintomas. Diversas doenças são muito parecidas com a dengue, e têm outro tipo de tratamento.- Beber bastante líquido, evitando-se as bebidas com cafeína (café, chá preto). Não tomar remédios por conta própria, mesmo aqueles normalmente indicados para dor ou febre. Todos os medicamentos podem ter efeitos colaterais e alguns que podem até piorar a doença. A dengue não tem tratamento específico. Os medicamentos são empregados para atenuar as manifestações (dor, febre).- Informar ao médico se estiver em uso de qualquer remédio. Alguns medicamentos utilizados no tratamento de outras doenças (Marevan®, Ticlid® etc.) podem aumentar o risco de sangramentos.- Não tomar nenhum remédio para dor ou para febre que contenha ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® etc.) - que pode aumentar o risco de sangramento.Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid ® etc) também não devem ser utilizados como antitérmicos pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas.Os remédios que tem dipirona (Novalgina®, Dorflex®, Anador® etc.) devem ser evitados, pois podem diminuir a pressão ou, às vezes, causar manchas de pele parecidas com as da dengue.O paracetamol (Dôrico®, Tylenol® etc), mais utilizado para tratar a dor e a febre na dengue, deve ser tomado rigorosamente nas doses e no intervalo prescritos pelo médico, uma vez que em doses muito altas pode causar lesão hepática.


3. Como é feito o diagnóstico de dengue? O diagnóstico inicial de dengue é clínico (história + e exame físico da pessoa) feito essencialmente por exclusão de outras doenças. Feito o diagnóstico clínico de dengue, alguns exames (hematócrito, contagem de plaquetas) podem trazer informações úteis quando analisados por um médico, mas não comprovam o diagnóstico, uma vez que também podem estar alterados em várias outras infecções. A comprovação do diagnóstico, se for desejada por algum motivo, pode ser feita através de sorologia (exame que detecta a presença de anticorpos contra o vírus da dengue), que começa a ficar reativa ("positiva") a partir do quarto dia de doença.


4. É necessário esperar o resultado de exames para iniciar o tratamento?Não. Uma vez que, excluídas clinicamente outras doenças, a dengue passa a ser o diagnóstico mais provável, os resultados de exames (que podem demorar muito) não podem retardar o início do tratamento. O tratamento da dengue é feito, na maioria das vezes, com uma solução para reidratação oral (disponível nas Unidades de Saúde), que deve ser iniciada o mais rápido possível.


5. A comprovação do diagnóstico de dengue é útil para o tratamento da pessoa doente? Não. A comprovação sorológica do diagnóstico de dengue poderá ser útil para outras finalidades (vigilância epidemiológica, estatísticas) e é um direito do doente, mas o resultado do exame comumente estará disponível apenas após a pessoa ter melhorado, o que o torna inútil para a condução do tratamento. O exame sorológico também não permite dizer qual o tipo de vírus que causou a infecção (o que é irrelevante) e nem se a dengue é "hemorrágica".


6. O que é dengue "hemorrágica"? Dengue "hemorrágica" é a dengue mais grave. Apesar do nome, que é impreciso, o principal perigo da dengue "hemorrágica" não são os sangramentos, mas sim a pressão arterial muito baixa (choque). É importante saber que outras doenças, como a meningite meningocócica, podem ser muito parecidas com a dengue, embora a pessoa fique grave muito mais rápido (logo no primeiro ou segundo dia de doença). A dengue pode se tornar mais grave apenas quando a febre começa a diminuir. O período mais perigoso está nos três primeiros dias depois que a febre começa a desaparecer. Pode aparecer qualquer uma dessas alterações:- dor no fígado (nas costelas, do lado direito)- tonteiras, desmaios- pele fria e pegajosa, suor frio- sangramentos- fezes escuras, parecidas com borra de café


7. O que fazer se aparecer qualquer um desses sintomas? Procurar imediatamente o Centro Municipal de Saúde ou o Hospital mais próximo.


8. A dengue "hemorrágica" só ocorre em quem tem dengue pela segunda vez?Não. A forma grave da dengue também pode ocorrer em quem tem a doença pela primeira vez.


9. A dengue "hemorrágica" é obrigatória em que tem a doença pela segunda vez?Não. O risco é maior do que na primeira infecção, mas a imensa maioria das pessoas que têm a doença pela segunda ou terceira vez não apresenta a forma grave da dengue.


10. Quantas vezes uma pessoa pode ter dengue?Até quatro vezes, pois existem quatro tipos diferentes do vírus da dengue (1, 2, 3 e 4). No Rio de Janeiro, até agora, existem os tipos 1, 2 e 3. Cada vez que a pessoa tem dengue por um tipo, fica permanentemente protegido contra novas infecções por aquele tipo. É por isso que só se pode ter dengue quatro vezes.


11. Quem teve dengue fica com alguma complicação? Não. A recuperação costuma ser total. É comum que ocorra durante alguns dias uma sensação de cansaço, que desaparece completamente com o tempo.


12. Todo mundo que é picado pelo Aedes aegypti fica doente?Não. Primeiro é preciso que o Aëdes esteja contaminado com o vírus da dengue. Além disso, cerca de metade das pessoas que são picadas pelo mosquito que tem o vírus não apresenta qualquer sintoma.


13. O que fazer para diminuir o risco de pegar dengue?O Aedes aegypti é um mosquito doméstico, que vive dentro ou nas proximidades das habitações. O único modo possível de evitar ou reduzir a duração de uma epidemia e impedir a introdução de um novo tipo do vírus da dengue é a eliminação dos transmissores. Isso é muito importante porque, além da dengue, o Aedes aegypti também pode transmitir a febre amarela.O "fumacê" é útil para matar os mosquitos adultos, mas não acaba com os ovos. Por isso, deve ser empregado apenas em períodos de epidemias com o objetivo de interromper rapidamente a transmissão. O mais importante é procurar acabar com os criadouros dos mosquitos. Qualquer coleção de água limpa e parada, inclusive em plantas que acumulam água (bromélias), pode servir de criadouro para o Aedes aegypti.


Links para consulta e informações

• Slides para download( arquivo em PDF zipado. Para descompactar e visualizar instale: WinZip e ACROBAT )




segunda-feira, 7 de abril de 2008

O uso do celular na escola


Não podemos ignorar o elo existente entre as novas gerações, avanço tecnológico e os meios de comunicação.As crianças, os adolescentes e os jovens estão intimamente ligados a uma "sociedade digital", é o que nos alerta o filósofo italiano Pier Cesare Rivoltella, especialista em Mídia e Educação e consultor de grupos de pesquisa sobre esse tema na PUC-RJ. Diante dessa evidência, surgem indagações sobre como devemos trabalhar algumas dessas questões no espaço escolar.Somos cientes de que o uso da mídia pode favorecer o trabalho na escola, tornando-o mais criativo, envolvente e dinâmico. No entanto, no Brasil, de modo geral, ainda não temos uma formação que habilite os educadores a experiências significativas com o uso da mesma, principalmente na rede pública, onde se encontra a maior parte do alunado brasileiro.Apesar de superado o mito de que a máquina substituiria a tarefa do professor, ainda não absorvemos a cultura da utilização das tecnologias para enriquecimento da prática docente, prevalece ainda uma resistência para a utilização das mesmas.Quanto aos alunos ocorre o inverso, observa-se uma grande disposição para a utilização seja de computadores, ipod, celulares e as específicas funções que estes aparelhos dispõem. Os alunos as reconhecem rapidamente e as utilizam de maneira simultânea. E aqui fica o alerta, pois, enquanto a escola não se apropria da utilidade desse aparato tecnológico, ele invade a escola podendo inclusive comprometer a finalidade da mesma no tocante ao ensino e aprendizagem.Sobre este aspecto, falaremos do aparelho celular, que reconhecemos ser importante. Segundo alguns pais, é o meio mais eficaz para monitorar a trajetória dos filhos, no entanto, sem orientação de vida de seu uso, tem se constituído motivo de muitas reclamações de dirigentes de estabelecimentos de ensino.O prejuízo é observado quando os alunos se distraem em sala de aula acessando internet, ouvindo músicas, fazendo e/ou recebendo ligações, enviando torpedos, divertindo-se com jogos, etc. Outro fator preocupante é a cola eletrônica, usada por muitos alunos, que se sentem fortalecidos por burlar a vigilância dos professores, prejudicando toda a finalidade da avaliação. Estas ações muito contribuem para a dispersão do aluno, comprometendo assim as atividades de sala de aula.Outro aspecto prejudicial que tem surgido é o furto desses aparelhos no espaço escolar, criando toda uma situação constrangedora, que foge à responsabilidade da escola apurar, uma vez que o celular não é recurso necessário às atividades desenvolvidas pela escola, assim sendo, não deve a escola ter responsabilidade por perda de objetos que não fazem parte dos materiais por ela utilizados.Enfim, tem sido comum a proibição pelas escolas do uso de celular.No entanto, muitos alunos insistem em utilizá-lo, mesmo a escola disponibilizando o serviço de comunicação quando do surgimento de uma urgência. Cabe então aos pais orientar os filhos quanto à obediência as normas e regras construídas pela escola, pois estas se justificam pela necessidade da convivência harmoniosa no espaço escolar, contribuindo assim para o alcance de suas finalidades educacionais.Conforme noticiado no programa Fantástico, no dia 2 de setembro de 2007, este mesmo entendimento tem sido preocupação em outros Estados da Federação, a exemplo de São Paulo em que tramita na Assembléia Legislativa projeto de lei, proibindo a utilização de celular na escola.

Paulo Silvestre Avelar Silva
Promotor de Justiça da Educação

Data de Publicação: 1 de outubro de 2007


O que a garotada curte

Oscar Cabral


Mandar torpedos tirando sarro dos colegas de classe ou pregando peças neles.
Colocar o celular no modo silencioso e atender bem baixinho à ligação para despistar os professores.
Encher o aparelho de enfeites e adesivos.
Telefonar para os amigos na hora do intervalo.
Baixar pela internet toques diferentes, em geral de músicas famosas.
Passar horas brincando com os joguinhos disponíveis.


O que as escolas recomendam


Jamais deixar o aparelho ligado em sala de aula, mesmo no vibracall.
Lembrar sempre ao aluno que ele faz parte de um grupo e que o uso inadequado do celular pode atrapalhar toda a classe.
Fazer ligações só na hora da saída, já que o intervalo é feito para brincar e conviver com os colegas.
Atender a uma ligação somente em caso de emergência, sempre avisando os coordenadores.

sábado, 5 de abril de 2008

Joaquim Maria Machado de Assis - Biografia



Poeta, romancista, novelista, contista, cronista, dramaturgo, ensaísta e crítico, nasceu e morreu na cidade do Rio de Janeiro, respectivamente, em 21 de junho de 1839 e 29 de setembro de 1908. Sua obra tem raízes nas tradições da cultura européia e transcende a influência das escolas literárias nacionais.
Filho de um pintor de casas mestiço de negro e português, após a morte da mãe foi criado pela madrasta, também mestiça. Adoentado, epiléptico, gago e de figura trivial, encontrou emprego como aprendiz de tipógrafo aos 17 anos de idade, começando a escrever durante seu tempo livre. Em breve, começou a publicar obras românticas. Colaborou regularmente na imprensa carioca.
Sua obra divide-se em duas fases, uma romântica e outra parnasiano-realista, quando desenvolveu seu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. O domínio da linguagem é sutil e o estilo é preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na razão (no seu sentido cartesiano e iluminista), fazem com que se afaste de seus contemporâneos. A galeria de tipos e personagens que criou revela o autor como um mestre da observação psicológica.
Em 1869 Machado era um típico homem de letras brasileiro bem sucedido, confortavelmente amparado por um cargo público e num feliz casamento com uma culta senhora, Carolina Augusta Xavier de Novais. Naquele ano, a doença fê-lo afastar-se temporariamente de suas atividades e, na sua volta, publica um livro extremamente original, pouco convencional para o estilo da época — "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (1881) —, que, juntamente com "O Mulato" (de Aluísio de Azevedo), constitui o marco do realismo na literatura brasileira. Das "Memórias" provém aquele pensamento do personagem que julga-se feliz por não ter deixado descendentes que perpetuassem o legado da miséria humana.
Publicou ainda mais dois romances de sua famosa tríade, "Quincas Borba" (1891) e "Dom Casmurro" (1899). Estes livros, ao lado de suas histórias curtas ("Histórias da Meia Noite", "Papéis Avulsos", "Histórias Românticas", "Histórias sem Data", "Várias Histórias", "Páginas Recolhidas", "Relíquias de Casa Velha", "Contos Fluminenses", "Crônicas") fizeram sua fama como escritor.
Urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cínico, ignorou questões sociais como a independência do Brasil e a abolição da escravatura. Passou ao longe do nacionalismo, tendo ambientado suas histórias sempre no Rio, como se não houvesse outro lugar. O mundo natural virtualmente inexiste em seu trabalho. Escreve com profundo pessimismo e desilusão que seriam insuportáveis se não estivessem disfarçados sob o manto da ironia e do humor inteligente. Foi o principal responsável pela fundação da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro presidente; permaneceu nesta qualidade até sua morte.
O Machado poeta é menos conhecido e apreciado, apesar de sua primeira manifestação literária ter sido feita justamente com uma poesia ("Ela", publicado na "Marmota Fluminense"), aos 16 anos de idade.
Publicou quatro livros de poesia. "Crisálidas" (1864) e "Falenas" (1870) mostram nítida influência de Castro Alves, com alguma pregação dos ideais de liberdade. Em "Americanas" (1875) as influências alencarinas são patentes, e o próprio Machado vale-se do recurso da metalinguagem externa em uma importante advertência inicial de que o assunto do livro não era unicamente os aborígenes brasileiros. "Ocidentais" (1901) já mostra elementos do realismo: ironia, niilismo, recuperação do tempo perdido.
É a referência clássica da literatura brasileira, considerado o maior escritor do país e um mestre da língua.

Dicas de como estudar!!



Prepare um ambiente adequado para estudar, reúna o material necessário, planeje quantas páginas serão necessárias estudar neste dia e, que sejam compatíveis com as metas semanais propostas.
Programe-se para a cada 50 minutos de estudo, dar um intervalo de 10 minutos, procurando movimentar-se a fim de fazer circular mais sangue no seu cérebro.
Este intervalo é o tempo adequado para seu cérebro processar o conteúdo ate ali estudado e com isso você estará utilizando seu cérebro da melhor forma, proporcionando um maior rendimento, ou seja, você poderá estudar mais horas por dia, sem com isso “cansar” seu cérebro e prejudicar o seu desempenho. Leve a serio esta dica, fará grande diferença no seu desempenho.
Antes de cada sessão de estudo procure dar uma olhada previa no conteúdo a ser estudado, de forma a focar o “esqueleto” do mesmo, ou seja, verifique os itens e subitens mais importantes do texto, percorrendo rapidamente toda a extensão do conteúdo a ser estudado, desta forma estará preparando o seu cérebro para assimilar melhor a matéria, pois ele criara um “esboço” para o conteúdo que vira a seguir.
Faça resumo da matéria de forma “não linear” ou seja, utilize o modelo no final deste documento para nele registrar o “esqueleto” da matéria, utilizando palavras-chaves, cores, formas, pois desta forma estarás utilizando equilibradamente os dois hemisférios cerebrais (esquerdo e direito), com isso o cérebro poderá trabalhar melhor, pois este tipo de alternância auxilia a um rendimento e compreensão maiores, utilize também no seu material, cores, itens sublinhados e destaques visuais com o mesmo propósito.
Os resumos que você produzir no seu estudo serão a matéria base para as revisões programadas, estas revisões serão feitas em pouco tempo (aprox. 5 a 10 minutos), procurando a partir do seu resumo (“não-linear”), reconstruir mentalmente o material estudado naquela ocasião, neste momento poderá tirar as duvidas consultando a fonte utilizada na criação do seu resumo.
Se tiver dificuldades para adotar este sistema de resumo, faça como se sentir melhor, mas lembro que esta forma “não-linear” auxilia muito no aproveitamento do estudo diário.

Alimentação.
Durante as sessões de estudo, procure comer frutas e beber bastante água, evite alimentos ricos em carboidratos, tais como: bolachas, pão, bolos, etc., pois estes induzem a produção de hormônios facilitadores do sono, lembre-se que o cérebro é o órgão do corpo humano que mais utiliza sangue e que mais consome energia, portanto alimente-se adequadamente.
Se for almoçar ou jantar massas e carnes, opte por comer carne no almoço e massas à noite, pois a carne (proteína) induz a produção de hormônios inibidores do sono, e a massa (carboidrato) hormônios facilitadores do sono.

Sono.
Procure dormir adequadamente, ou seja, em torno de oito horas diárias, não invada a madrugada estudando, pois, desta forma estará prejudicando varias funções importantes, tanto cerebrais quanto de recuperação celular, o sono não é perda de tempo, ele é muito importante no desempenho global, pois “sua máquina” precisa render ao máximo, e o máximo só se consegue cuidando bem dela.
Conheça seus ritmos e seus limites, procure respeitá-los, seu corpo e sua mente agradecerão.

Lazer.
Procure reservar um tempo para fazer atividades desestressantes, que você curta e que lhe reponham o equilíbrio mental diário. O ideal seria atividades físicas, como caminhadas, ginástica, ou seja, atividades aeróbicas em geral, desta forma conseguiras “aliviar” a sua cabeça ao mesmo tempo em que fará circular mais sangue no seu cérebro, isto ajudará muito no seu desempenho, lazer também não é perda de tempo, é tão importante quanto todos os outros cuidados.
Não seja carrasco consigo mesmo, saiba balancear motivação, trabalho e lazer.

Bem, por enquanto é o que podemos lhe indicar, esperamos que este material lhe seja útil, e o mais importante de tudo: o que você mentaliza é o que mais ajuda ou atrapalha, seja positivo, tenha força de vontade, persista na disciplina em seguir o planejamento, não adiantam as melhores técnicas do mundo se você não confiar em você mesmo, e tenha certeza você é a diferença.

Faça acontecer, aproveite este momento em que esta recebendo este material e pense que tem tudo para ser diferenciado e competente naquilo que se propor a fazer. Confie no seu potencial e mãos à obra. Não é tudo mundo que tem esta chance de fazer diferente, aproveite.

Saudações. Hector Nievas

A importância da leitura


A sociedade moderna pode ser caracterizada como grafocêntrica, ou seja, grande parte das interações sociais e atividades produtivas, especialmente do ponto de vista profissional, acadêmico e científico-tecnológico, giram em torno da língua escrita. O letramento, mais do que a simples alfabetização, é, portanto, condição para o exercício pleno da cidadania. Sem o domínio da habilidade da leitura, de forma minimamente proficiente, o indivíduo permanece marginalizado, no acesso aos bens culturais que lhes assegurem a inclusão social, a dignidade e a auto-realização.Com efeito, a leitura, além de proporcionar ao indivíduo a oportunidade de alargamento dos horizontes pessoais, culturais e profissionais, constitui-se num eficiente meio para o exercício das atividades lúdicas e pragmáticas. Assim sendo, podemos afirmar que a leitura assume verdadeiras funções na vida social moderna. As principais funções sociais da leitura são: a leitura para fruição, deleite ou prazer; a leitura para a aquisição de informações de cultura geral, de atualização sobre o que ocorre na comunidade e no mundo; a leitura para fins de estudo e trabalho e a leitura para fins religiosos e de auto-ajuda. Evidentemente, cada uma dessas funções se realiza através de uma grande diversidade de textos. Desse modo, temos textos de ficção (romances, contos, lendas, etc.), textos referenciais ou informativos (jornalísticos, técnicos, científicos, etc.), textos institucionais (jurídicos, burocráticos,administrativos, oficiais, etc.) textos políticos, publicitários, propagandísticos; textos religiosos, textos de auto-ajuda (preceitos, provérbios, pensamentos), além de muitos outros de uso corrente na sociedade. Obviamente, o leitor, diante dessa imensa variedade de textos não pode ter um comportamento único. Noutras palavras, nossa leituras variam conforme o nosso objetivo, o contexto ou situação, o tipo e a função do texto, além de outros fatores intervenientes, não existindo, portanto, uma única forma de ler.Do exposto, depreendemos também que a leitura reveste-se de um caráter formativo e de um caráter instrumental, isto é, ela serve para nos aprimorarmos enquanto pessoa e nos serve também como instrumento para melhorar o nosso desempenho em inúmeras atividades que realizamos na nossa vida social,acadêmica e profissional.Finalmente, se o professor de Português, ao lado da leitura dos textos literários privilegiar também a leitura para estudo, para a aquisição de informações de várias fontes (jornais, revistas, enciclopédias, etc) explorando as peculiaridades desses tipos de texto, ele certamente estará contribuindo de forma efetiva para a diminuição do contingente de "analfabetos funcionais", que são aquelas pessoas que aprenderam a ler, mas não têm letramento, porque não desenvolveram o hábito de ler fora da escola e, por conseguinte, não sabem tirar proveito da leitura, nem do ponto de vista formativo, nem instrumental, e o que é pior, terminam regredindo, perdendo a habilidade de ler, por mera falta de prática, chegando até a evitar a leitura. Nessas altura, o ato de ler se torna cansativo, penoso e aborrecido. Daí, a incompreensão do texto que, dita de outra forma, nada mais é do que a indisposição para encontrar sentido no que se lê.


Maria Inez Matoso Silveira